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sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Casa (2/2)

* A Creepypasta a seguir ficou muito longa, e foi dividida em duas para melhor leitura. Desculpem o inconveniente. Para ler a primeira parte, clique AQUI. *
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Clara caiu de joelhos. Estava atônita. O que tinha acontecido? Ela começou entrar em desespero.

Olhou rapidamente para os lados, em busca de alguém. Não encontrou ninguém. Apenas a escuridão. Então, com as pernas bambas, levantou-se e gritou por ajuda. Chamou o nome dos colegas. Da professora. Nada. Só o silêncio e o pequeno barulho do vento.


Ela então pegou seu celular, e iluminou o caminho em frente. Parecia que ninguém tinha estado ali fazia dias. Olhou para trás e para a casa. Não iria se aventurar sozinha. E a única pista que tinha era aquela que estava bem a sua frente.

Reunindo seu último pingo de coragem, entrou na casa. Ela era simples e sua mobília era antiga. A pouca iluminação que o celular dava era o suficiente para o momento. Na casa havia um quarto, uma cozinha junto com a sala e o banheiro. Ela entrou em todos os cômodos, mas foi apenas quando estava voltando do banheiro que esbarrou em algo no chão.

Era um celular. Ela o pegou nas mãos. E o reconheceu. Era da sua amiga, Samanta. 

Carla olhou para os lados. Chamou pelo nome da amiga. Uma vez. Duas. Na terceira, ela avistou uma porta, escondida, à sua esquerda.

Ela entrou. Lá dentro havia um lance de escadas, que parecia levar ao subsolo. Ele era feito de largos degraus, e era fechado como um corredor. Os degraus eram feitos de azulejos brancos, já encardidos pelo tempo, e a parede era de um azul muito claro. Definitivamente aquilo não combinava. Clara avistou um interruptor e instintivamente o apertou. Para a sua surpresa, as fracas luzes acenderam. Ela olhou para trás, na esperança de ver toda a casa iluminada, mas parecia que só aquele lugar ainda havia energia.

Clara então, contra todos seus princípios, começou a descer. Lentamente, um degrau de cada vez. No sétimo degrau ela avistou uma porta entreaberta ao lado dela. Ela achou estranho uma porta estar naquele lugar, e a abriu cautelosamente. 

Era apenas outro banheiro. Todo feito em azulejo branco, tinha um vaso sanitário do lado direito, uma pia a frente e  um espelho limpo um pouco acima.

Mas o que chamou a atenção de Clara foi outra coisa. Havia mais um celular no chão. E este estava ligado.

Ela entrou no banheiro, e o pegou. Ele, como o celular do professor, estava aberto em uma gravação. Ela deu play e começou a assistir.

O vídeo mostrava um colega dela, o Maurício, no mesmo banheiro. Atrás dele estava uma parte do vaso sanitário e pedaço do corredor. Clara ficou feliz de vê-lo. Pelo menos sabia que estava no mesmo lugar por onde passara seu amigo. Ele falava muito baixo e muito rápido. Não ficava muito claro. As únicas palavras que se ouvia repetidas vezes eram "casa", "ela" e "descer". Nada sobre ônibus, colegas, amigos, professores, ou qualquer coisa familiar. Clara suspirou. 

O vídeo estava quase no fim, e ele continuava falando, quando ao fundo, no corredor, alguém passou. Foi por um breve momento, mas era possível ver que alguém, aparentando ser uma garotinha de cabelos longos, pretos e lisos, passou, vindo pelo mesmo caminho e indo em direção ao subsolo. Clara tomou um susto e deixou cair o celular. Ela levantou rapidamente os olhos para o espelho para ver seu reflexo. Não viu ninguém a não ser ela mesma. Ela ficou olhando mais alguns segundos até retomar a coragem e finalmente retomar o seu caminho.

Quando virou-se, porém, uma garota a olhava, encarando-a, na sua frente.

A mesma garota do vídeo. Não era possível ver seu rosto. Clara gritou e escondeu os olhos, em um gesto impensável. 

Porém, após alguns segundos sem nada acontecer, ela olhou, receosa, para frente novamente. Não havia mais ninguém. Clara era uma garota esperta. "Provavelmente estou imaginando coisas por causa do medo", ela pensou. Então ela saiu e retomou o seu caminho, sem ver que atrás dela, perto da pia, a garota continuava a olhando, misteriosamente.

Clara já tinha andado alguns degraus abaixou, quando se lembrou do celular do Maurício. Fechou os olhos, botou uma das mãos na cabeça e pensou em como era burra. Teria que voltar para o mesmo lugar que a assustara tanto. 

Imaginem então a surpresa dela ao se virar e perceber que, agora, o caminho não levava para o mesmo lugar. Na verdade ele virava para a direita. Clara ficou confusa. Por onde ela tinha entrado? Ela já tinha virado antes e não tinha percebido? Pensou em voltar, mas ficou com medo que tudo mudasse outra vez. Resolveu continuar descendo.

Quanto mais descia, mais parecia que as luzes ia ficando fracas. Clara passou por diversas outras portas, todas dando para um banheiro exatamente igual ao anterior. 

Em um determinado momento, Clara avistou o fim das escadas. Ela sabia que era o fim porque as luzes paravam de iluminar. Clara, receosamente, chegou e ligou sua lanterna no celular. Quando fez isso, ela quase teve um treco. O celular apitou, acusando pouca bateria. Clara começou a entrar em desespero novamente.

Ela foi avançando e avançando dentro da escuridão. Mas, por mais que ela andasse, ela não via nada ou tocava em nada. Era como se estivesse em uma cúpula gigantesca e vazia. Entretanto, em determinado momento, ela avistou mecanismos formando uma roda.

Ela então entrou nessa roda. Todos os mecanismos levantavam alguma coisa do chão. Ela iluminou melhor o objeto para ver o que era.

Quando descobriu, colocou a mão na boca. Inúmeros cadáveres faziam a roda juntamente com os apetrechos de metais. Parecia um lugar de tortura pelo jeito que eles estavam posicionados. Alguns não tinham mais membros do corpo. Clara sentiu seu estômago revirar e quase desmaiou. Quando ela tentou ver mais ao fundo, percebeu, com a luz do celular, que aquela não era a única roda. Haviam muitas mais.

A bateria do celular ficou ainda mais fraca e a luz diminuiu. Isso fez com que Clara percebesse uma pequena e fraca luz, mais adiante. Sem pensar, foi em direção dela.

Era outro celular, embaixo de um cadáver mais recente. Ele ainda fedia muito, e estava com partes do corpo mutiladas, inclusive sem os olhos. Clara pegou aquele celular e viu outro vídeo. 

O vídeo mostrava a professora dela sendo gravada do chão. Ela estava presa pelas mãos em um desses mecanismos de tortura. Ela gritava e gritava sem parar. De repente um ser enorme, grande, com um cutelo de proporções gigantescas, aparecia e, impiedosamente, arrancava os olhos da professora. 

Clara não aguentou mais e largou ambos celulares no chão. O outro celular apagou completamente. Apenas o de Clara caiu com pouca bateria e, por algum motivo começou a filmar.

O vídeo mostrava Clara com as mãos no rosto. Chorava muito. Estava desesperada. Ela não viu o ser que se aproximava atrás dela, antes de a pegar pelo pescoço e a levar para algum lugar enquanto ela esperneava e gritava.

Então o vídeo parou. Era possível perceber, pelo reflexo da tela, que alguém o assistia.

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As buscas pelos desaparecidos começaram imediatamente após a turma não voltar para a escola aquela noite.

Os policiais encontraram o ônibus perto da cidade, saindo da estrada de chão, próximo de entrar na cidade.

Ele estava intacto. A chave continuava na ignição e o interior estava como os alunos supostamente haviam deixado. 

Nenhum pneu estava furado.

As buscas continuaram por em torno de um mês, até as autoridades arquivarem o processo por falta de pistas.

Até hoje, nenhum dos desaparecidos foram encontrados.

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