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terça-feira, 25 de março de 2014

Meia Noite

[Tenha a certeza de ter lido "Sentimentos" antes de ler este conto]

Pela primeira vez em minha vida me senti realmente sozinha... 

Eu lentamente me recobrava do choque enquanto olhava ao meu redor. Senti como se estivesse em um sonho ruim. O céu estava vermelho como o sangue , e o sol escuro. A paisagem inalterada, mas banhada por um brilho vermelho. Tudo parecia surreal. 

Aquela situação me fez lembrar de como foi encontrar o Portador das Serpentes, o que eu achei estranho, já que, por algum motivo, não conseguia me lembrar bem dessa experiência. Era como se a minha mente tivesse bloqueado essa lembrança. 

Eu sentei e fiquei por cerca de dez minutos tentando entender o que estava acontecendo ali. Talvez eu estivesse no mundo dos portadores, pensei. Mas se fosse, como eu havia chegado lá?

Derrick Todd me avisou que isso iria acontecer. Eu não conseguia entender, em todas as pesquisas que fiz em minha vida, eu nunca, nunca tinha ouvido falar de nada parecido com isso. 

Me levantei e fui a procura de alguém, mas não havia ninguém por ali. Nenhuma alma sequer vagava por aquelas ruas. Olhei para o relógio em meu pulso, notei que as horas haviam parado exatamente à meia-noite. 

E então fui surpreendida por uma dor insuportavel em minha cabeça, tamanha dor que meu corpo não suportou e foi ao chão. Pensei estar morrendo, mas estava enganada. Diversos flashs de imagens cintilavam em minha mente.

Algumas duravam tempo suficiente para que eu pudesse vê-las, outras passam tão rápidas que eu não podia enxergar. Tudo era como se eu estivesse vendo um filme em que eu não pudesse controlar. Não podia pausar, retroceder ou alterar qualquer coisa que estivesse acontecendo. 

Então, vozes atingiram minha mente...

"... ele não pode fazer isso!..."
"... eu não posso trazê-la... "
"... eles já entraram em contato..." 

Era a voz de meu pai. E então, uma voz diferente, uma que eu não pude reconhecer ao certo falou:

"Você não tem ideia de que queremos ajudar esta criança?"
"... espero que consiga realizar o seu trabalho..."

E então eu estava de volta naquele quarto de motel. Meu pai deitado em sua cama, dormindo. Eu tentei reagir, mas aquilo era apenas uma lembrança, eu apenas assisti o que aconteceu naquela noite, de novo. 

Eu caminhei até sua mochila, era como se algo nela estivesse me chamando. Eu tentei me conter, mas não consegui. Eu parei sobre a mochila e a abri. Tudo ficou branco. 

Eu acordei no chão, meu pai estava pálido e assustado. Ele me entregou um lenço pedindo para que eu limpasse a boca, foi então que percebi que eu havia sangrado. 

E então minha memória voltou para o instante em que eu abri aquela mochila. E parou, senti medo e raiva, raiva de mim. Rachaduras começaram a aparecer nas paredes. 

Sua idiota! - meu pai gritou. O que você fez?! 

Eu tentei perguntar o que eu havia feito, mas não conseguia falar. Eu olhei ao redor, as paredes repletas de Óleo negro escorrendo por entre as fissuras e tomando forma. 

Meu pai me pegou e me puxou para fora do quarto. Corremos para o carro do lado de fora . Ele me colocou na parte de trás. A mochila ele colocou no banco do passageiro. Ele dirigiu sem dizer nada. Eu continuei a limpar minha boca em minha camisa. Então eu olhei para fora da janela. Estava tudo mundo escuro e o céu estava sem luar. 

Acordei aos vômitos, quase me afogando. Então rolei para o lado no concreto. Depois de alguns momentos me levantei e percebi. Eu já havia estado ali antes, neste abismo vermelho. Eu só não conseguia me lembrar de quando ou como. 

Apenas perguntas acertavam minha mente como pedras: O que meu pai faz? O que Todd e Rockwell fizeram? O que eu fiz ? Eu não consegui pensar em tantas coisas ao mesmo tempo, decidi então ir para a casa de Todd, pensando que talvez ele também estivesse neste mundo. 

Eu caminhei um pouco. O local livre de qualquer alma. Bom, era o que eu pensava até ouvir alguns passos vindo atrás de mim, então eu me escondi atrás de uns arbustos e esperei. Eram alguns homens com armas, eles usavam algum tipo de traje biológico, nesse traje, o emblema das Industrias A.G. e seu slogan: "Mantenha-nos Melhor".

"Se eu desse sorte, Rockwell poderia estar aqui, neste mesmo lugar". - pensei.

Todos eles estavam fortemente armados, como se estivessem prontos para uma guerra. Então, do lugar onde eu estava, pude ouvir, mal, mas consegui entender algumas palavras:

"... encontrem-os... todos eles... qualquer coisa que se mova..." 

Depois de um tempo, eles se dirigiram para um prédio ali próximo, e eu tomei o caminho contrário, para a casa de Todd, ele com certeza saberia me dizer o que diabos estava acontecendo aqui. Eu fui para sua casa em passos rápidos mas antes que eu pudesse chegar o chão começou a tremer. 

Rachaduras se formaram em todos os lugares, eu comecei a correr, cambaleando, esforçando-me para manter o equilíbrio. Então o som abafado de tiros e gritos dos soldados atingiu meus ouvidos, não sei se haviam me visto, mas corri freneticamente. 

O tremor parou, e eu estava lá em frente a casa de Derrick Todd outra vez...

[A história continua em: Breu]

6 comentários:

  1. Perfeita, adorei. Meus parabéns a todos pelo maravilhoso trabalho, estarei sempre aqui observando seu trabalho e dedicação, espero que fiquem bem e continuem assim.
    Abraços do seu amigo.

    Ice Prince

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    1. Sankyu Ice Prince, espero que continue gostando do blog ^^ see you later broh!

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  2. Adooro essa serie mas vcs demorarsm tanto que eu tive que ler dois capitulos anteriores para lembrar ;)
    Bjinhos

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    1. Pode me culpar por isso. Eu sempre prometo que vou postar as coisas todo sábado e ou acontecem imprevistos ou eu esqueço completamente tudo o que eu tenho que fazer.
      Culpa minha.

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    2. Nads, é d boa o inportante é q vcs postaram : )

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    3. A culpa é toda do zé, nosso estagiário!

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