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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O Terror Está Ao Seu lado [25] - A Cidade de Alvorecer (Parte 06)



- Ok, isso já passou muito do estado de aceitável! - Ana esbravejava, mesmo sabendo que Vagner não prestaria atenção. Desde que saíram do hospital ele estava estranho. Ela achava que ele estava pensando sobre algo no começo, ou tivesse visto algo, mas agora achava que ele apenas estava começando a ficar louco. Assim como ela.

"Não era possível existir coisas daquele jeito", Ana pensava. "Seres de outro mundo, informações confusas, ambiente caótico. Não, não, isso não pode estar REALMENTE acontecendo. Sim... Devo estar estressada. Tinha muita coisa para fazer ontem, assim como a maioria dos dias. Vou tirar umas férias quando voltar pro hospital..."

Ana olhou para o estranho homem ao seu lado, que segurava firmemente seu ferimento. "As coisas podem não fazer sentido mesmo... Mas o cara realmente está ferido e precisa de ajuda." Ela diminuiu a velocidade e olhou novamente para ele, que permanecia com a cabeça imóvel, olhando fixamente para a janela.

- Como está se sentindo? - Ela perguntou, sem obter resposta.

Ana começava a ficar sem paciência. Ela abriu seu porta-luvas que continha um kit de primeiros socorros particular que ela guardava.

- Tem algo que pode te ajudar com teu ferimento aí dentro, já que não temos outro hospital na cidade.

Vagner pegou em silêncio o kit, e começou a usá-lo. Ana olhou novamente para ele, e resolveu tirar uma dúvida que a estava atormentando.

- Quem, ou o que, é você?

Vagner olhou rapidamente para ela.

- Meu nome é Vagner. Sou uma espécie de caçador...

- Que caça o quê? Seres de outro mundo? Quem iria querer caçar algo do tipo?!

- É meio que uma caçada obrigatória. - Vagner quis sorrir, mas ele não estava acostumado mais com isso, e apenas mostrou os dentes de forma assustadora. Ana voltou a prestar atenção na estrada.

Minutos mais tarde, Vagner disse:

- Pronto. Deve bastar até eu conseguir me recuperar.

Ana olhou rapidamente para o ferimento enfaixado. Aparentava estar bem feito, mas ela olharia melhor depois que saíssem da cidade. Quando ela pensou nisso, ela deixou seu pensamento escapar por entre a boca.

- Por que eu estou te ajudando?

- Realmente, você não deveria.

Ela olhou para o homem. Ele ainda estava arruinado. Precisava cortar o cabelo, fazer a barba, tomar um banho, comer uma boa refeição. "Uma espécie de caçador...", ela pensava. "Então o que eu vi no hospital era verdade mesmo?"

- Aquelas coisas que vimos no hospital... Realmente vivem entre nós?

- Sim.

Essa resposta fez Ana estremecer. Mas Vagner continuou.

- Eles estão por aí como se fossem uma sombra. Uma sombra não consegue afetar seu criador sem algum tipo de conexão.

Ana parou o carro. Haviam chegado nos limites da cidade.

- E eu sou essa conexão. - Vagner enfim completou.

Ana ficou olhando para ele e pensando nessas palavras. Vagner agradeceu e abriu a porta do carro. Após ele sair, Ana abriu sua porta e levantou-se.

- Espera.

Mas Vagner continuava andando para a escuridão.

- Obrigado por ter me ajudado. Foi muito..ahn..prestativa. Mas agora preciso continuar caminhando.

Ana queria falar algo. Ela se sentia culpada por deixar ele indo. Estava com medo por ele. Mas estava ainda mais com medo por ela. Medo pela cidade e pelos moradores. Então ela ficou lá, parada, observando o homem mais estranho que ela já conheceu ir embora.

Vagner sumiu na escuridão da estrada sem olhar pra trás. As vezes coisas assim aconteciam, e ele acabava envolvendo pessoas inocentes na sua sina. Mas agora ele havia deixado aquele lugar. Ele ficava mal por ter envolvido aquela moça e por não poder agradecer melhor. Mas ele realmente não podia ficar mais nem um segundo naquela lugar. Ele estava debilitado por um pequeno vacilo dele, e de jeito nenhum conseguiria enfrentar aquele ser que viu no hospital por último. Então talvez ele conseguisse enfraquecer o poder dele se ele fosse embora o quanto antes.

Vagner continuou andando sem olhar para trás. Pensava em seu próximo destino, apesar de ter a sensação de que um dia voltaria para essa cidade.

--//--

Uma semana depois, a cidade havia voltado ao normal. Acharam uma explicação para aquela confusão no hospital, um pequena virose aparentemente contaminou as crianças. O pessoal ainda falava sobre isso, e também sobre o estranho homem que sumiu depois daquela noite. Falavam que ele podia ter assassinado alguém, apesar de ninguém ter sumido naquele dia.

Também falavam de  Ana. Chamavam ela de suspeita de algo e alguns boatos estranhos começaram a aparecer na cidade. Ele teve que se afastar do hospital para que as coisas pudessem voltar ao normal.

A filha de Alberto estava bem. Não havia resquício nenhum do que quer que ela tenha tido naquela semana. Alberto estava aliviado agora que tudo aquilo tinha passado. Mas, por via das dúvidas, ele pegou um atestado de uma semana para sua pequena.

- Filhota, eu tô indo pro serviço tá?

- Ok, papai. - Sua filha estava desenhando no carpete da sala.

Ele se agachou, deu um beijo nela e foi para o quarto se despedir da esposa.

A menina levantou-se do chão, virou o rosto para cima e disse:

- Pronto, ele vai sair. Podemos brincar de novo?

Após alguns segundos parada, a menina sorriu, correu para dentro do seu quarto e pulou na cama.

E a porta, lentamente, foi fechando-se sozinha. 


Revisado por: Rogers

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2 comentários:

  1. Eeeeeiiitaaaaa pooooorraaa a menina tá brincando com o demo carai, não sei que mania doente que essas criança tem de brinca com o cramunhão kkkkkkkkkkkkk
    Valeu pela continuação meu bom, tá ficando cada vez melhor!
    Aaaaaa uma pergunta! O capeta que ele viu no hospital e fico meio na duvida se era ou não era o que ele tava imaginando é o mesmo que tá querendo "brincar" com a filha de satã ai?
    kkkkkkkkkkkkkk vlw meu brother!

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    Respostas
    1. ASUHUS Pois é!

      Olha, nunca se sabe não é mesmo? Mas fique atento que essa história ainda não acabou!

      Vlw Heitor!

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