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domingo, 8 de fevereiro de 2015

O Terror Está Ao Seu Lado [11] - Uma Condição


Vagner caminhou sozinho por um tempo, até encontrar aquela casa estranha da qual Kevin havia descrito à ele, mesmo que isso parecesse estranho, já que não deveria haver outras casas em lugares como aquele.

Era em forma de cabana, e toda feita em tijolos. Poucas janelas. A vegetação tomando conta de quase tudo. O único ponto do qual se tinha total visibilidade era a porta. 


Grande. De madeira grossa e pesada. E quando Vagner se aproximou pela quase apagada trilha que levava até lá, ela se abriu sozinha.

Devagar e rangendo. Como um enorme clichê.

Vagner respirou fundo, e arriscou uma olhada para dentro. Aparentemente, não havia ninguém. A porta dava direto para uma mesa de madeira, que parecia desgastada com o tempo, com duas cadeiras, igualmente desgastadas. Atrás delas, havia uma espécie de lareira/fogão, onde uma panela cozinhava alguma coisa em cima do fogo, que queimava arduamente. O chão era de madeira, porém estava bem cuidado, ao contrário da estante à esquerda da entrada pro outro cômodo à direita, que estava em condições iguais as da mesa. Havia mais um ou dois criados-mudo espalhados aqui e ali, mas o espaço já estava bastante preenchido. 

E, em cima da mesa, havia dois pratos, copos e talheres. Acima da mesa, grande lustre de metal iluminava todo o lugar com suas velas.

Vagner entrou vagarosamente, olhando atentamente para todos os lados, até sentir a porta se fechar atrás dele, e uma voz sussurrar:

- Quem ousa visitar a Bruxa-do-Leste?

--//--

Iustitia olhava atentamente para o rapaz que estava à sua frente. Rapaz, sim, pois, graças aos seus esforços, - que não foram poucos, diga-se de passagem - ela ainda aparentava estar na casa dos seus 40 anos, apesar de possuir bem mais que o quádruplo disso.

Era um homem, ela tinha certeza. Se via pelo jeito de andar e pelo cheiro, que era horrível. Não só porque ele estava imundo, mas pelo fato de ele ser um humano. 

Ela sentia repugna por humanos em geral. Era covardes, mentirosos, arrogantes. Ela era tudo isso também, não negava. Mas não era imbecil e fraca como eles, disso ela tinha certeza. 

Ela percebeu o que havia com ele logo de cara. Nenhum humano normal conseguia chegar à sua casa.

Ele estava com medo, ela enxergava. Então ela olhou para ele, e resolveu que iria perguntar o que ele queria, antes de expulsá-lo de lá.

--//--

- O que você quer? - A bruxa pediu, incomodada, na frente da porta agora fechada.

- Bem... A sua ajuda. - Vagner pediu relutante, amedrontado e confuso. A aparência da Bruxa era muito diferente do que ele imaginava, e isso assustou ele tanto quanto a situação que ele se encontrava.

- Ajuda? - Ela falou desprezivamente para ele, e foi em direção da mesa. 

- Sim. Eu passei por alguns coisas...

- Você não precisa falar nada. Já sei que você consegue ver o real mundo que lhe cerca. Uma benção para poucos.

- Essa... "benção"... levou minha esposa. - Vagner falou, resignado.

Então Iustitia viu o que ele queria, E também enxergou uma oportunidade.

- Ah... Entendi... - Ela juntos as mãos na sua frente, e depois virou-se de costas para Vagner, foi em direção à panela e mexeu vagarosamente nela. - Porém, você sabe o preço que isso pode te custar.

- Estou a disposto a qualquer coisa. - Falou, dessa vez de forma convicta.

A Bruxa parou de mexer na panela. Virou o rosto e mostrou seus dentes pela primeira vez:

- Qualquer coisa? Tem certeza disso?

Vagner sentiu um frio percorrer sua espinha. Mas era tarde demais para voltar atrás.

A Bruxa sentou-se na mesa, colocou seus cotovelos sobre a mesa e fechou as mãos. 

- O que posso oferecer? - Falou, receoso, Vagner.

- Você? - Ela fez menção de rir, mas parou. - Na verdade, eu já tenho o trabalho ideal para ti. Se você conseguir o que eu pedir, eu ouvirei e tentarei ajudar com seu problema, seja lá qual for.

--//--

- E então? - Kevin perguntou, ansioso. Vagner recém havia voltado, e seu olhar estava meio perdido.

Ele se virou para Kevin, e, ainda com seus pensamentos dominando sua mente, respondeu:

- Precisamos encontrar um caçador de demônios.

Revisado por: Rogers

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