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domingo, 17 de agosto de 2014

O Terror Está Ao Seu Lado [02] - Perguntas Não Respondidas


- Vai ficar tudo bem tá?

Foi quando ouvi gritos da Clara vindos da cozinha.

- Elisa, espera aqui. - Falei, rapidamente saindo da sala.

- Mas que porra é essa? - Perguntei a esmo quando cheguei na cozinha.

Um ser enorme, peludo, e aparentemente muito brabo estava em cima da mesa, rugindo para a minha filha. Ele parecia um lobo ou um cachorro muito grande, mas era bem pior.


- Pai! Socorro!

Vi que ela estava indefesa num canto da sala. Meus instintos de pai falaram mais alto. Peguei uma vassoura que estava em um canto, e tentei tocar o bicho para fora.

Bem, esse com certeza foi um erro. Ele me jogou com uma força absurda para o outro lado da cozinha. Eu bati com força na janela, mas não a quebrei. Com muita dor, abri os olhos, e pude ver o animal rosnando para mim, e, ao longe, na sala, alguma coisa levando minha mulher.

Clara veio ao meu encontro, chorando. Eu não pude fazer nada. Estava paralisado de dor e pavor. O bicho se aproximava cada vez mais. Nós íamos morrer.

Então algo entrou pela janela da bancada. Era um homem. Ele apareceu lá dentro como o vento parece surgir nas florestas. Pegou Clara por uma mão e a mim por outra e nos levou pela cozinha como um jato. Assim que passamos a porta e deixamos a criatura lá dentro, ele finalmente parou. 

Clara estava em estado de choque e eu não sabia o que fazer. Era muita coisa acontecendo. Um ser que aparece de repente no banheiro, uma criatura colossal na cozinha, sua mãe sendo levada por algo. O que era tudo aquilo? E quem diabos era aquele homem?! 

- Quem é voc...? - Fui interrompido por um gesto dele.

- Não há tempo para conversas agora. Temos que achar sua mulher, encontrar um lugar menos perigoso e então podemos conversar.

Ele era estranho. Possuía o tamanho normal de um homem, mas era de um branco tão pálido como alguém morto. Havia tinta negra cobrindo seus olhos e a região das olheiras, quase chegando no meio das bochechas. Tinha cabelos crespos médios e escuros.  Não era tão magro e nem tão gordo. Ele vestia roupas escuras, um casaco preto com uma camisa da mesma cor e calças e sapatos também. Ele usava luvas pretas também. Definitivamente não era um rapaz feio. Mas era estranho.

Ele nos levou até meu quarto no segundo andar. A gente tinha comprado uma cama de casal king-size, tínhamos um armário enorme, uma escrivaninha com um computador, entre outras coisas. A tinta da parede era marrom, com detalhes vermelhos nas bordas. Caprichamos naquele quarto, em questão de decoração.

Aquele cara nos colocou sentados na nossa cama e nos disse que voltaria rapidamente. Quis falar algo para ele, mas assim como ele chegou, ele acabou sumindo pela porta. Levantei e olhei pelo corredor. Fiquei um tempo lá, mas não vi nada.

- Nossa, quem é ele?

- Eu não sei, - respondeu minha filha - mas ele nos salvou.

Eu ia falar algo para ela, mas ela tinha razão. Eu voltei e sentei novamente na cama. Eu queria muito sair e ir procurar minha esposa. Mas tinha algo que eu não queria admitir que estava me incomodando.

Eu estava com medo.

Passei as mãos no meu rosto e olhei para a Clara. Ela tinha se deitado, e estava abraçando os joelhos. Passei a mão nela, preocupado:

- Tá tudo bem pai. Vai dar tudo certo. - Ela disse calmamente.

Aquilo foi estranho. Ela estava tranquila demais. Era como se... como se ela confiasse muito naquele estranho, apesar de ela nunca tê-lo visto. Ela parecia pensativa também.

Suspirei e olhei para o espelho na minha frente. Gelei quando vi que, atrás de mim e da cama estava minha esposa, nos encarando. Mas ela estava diferente.

Havia um corte profundo no seu pescoço. Sua roupa estava encharcada de sangue.

- Elis...! - Me virei rapidamente, mas não encontrei ninguém.

- Tudo bem pai?

Passei as mãos nas têmporas e fiz que sim para a Clara.

Que loucura era essa?

Naquele momento aquele homem entrou no quarto. Ele ia falar algo, mas eu o interrompi.

- Antes de mais nada, quem é você? O que está fazendo aqui? Onde está minha mulher? - Falei, e a cada pergunta que eu fazia mais furioso eu ficava.

- Era sobre isso que eu queria falar.

Clara e eu ficamos estagnados, como se o tempo tivesse parado e só puséssemos se mexer caso alguém nos desse o sinal. Ele nos encarou um tempo e então finalmente falou:

- Encontrei sua esposa.

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