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domingo, 24 de agosto de 2014

O Terror Está Ao Seu Lado [03] - O Mal Entra Em Cena



- Encontrei sua esposa.

Clara permaneceu parada. Quanto a mim, gelei. Senti um frio na barriga, mas não sabia dizer se era preocupação ou medo.

- Vem comigo. - Ele falou, rapidamente.

Clara levantou-se e já ia segui-lo, mas segurei ela por um braço.

- Espera! Eu não confio em ti. - Falei para aquele rapaz estranho.


Clara olhou para mim, como se suplicasse para eu não ser tão rígido. Olhei para ela - não sabia porque ela o protegia.

- Veja bem, senhor, - O moço se aproximou. - eu entendo que não queira confiar em ninguém e que está com medo. Mas agora não é hora para isso. Sua mulher está em perigo. E ela precisa de você.

Novamente eu olhei para Clara. Vi em seus olhos que ela mal conseguia falar. Eu precisava agir.

- Ok. Vamos lá. Mas se você aprontar algo, - Eu falava enquanto ele nos levava pelo corredor - eu prometo que...

Então ele parou. Estávamos na porta do quarto da minha filha que fica bem a frente do nosso quarto. Estranhei o fato dele demorar tanto quando procurou minha esposa, mas não tive muito tempo para pensar sobre isso. Ele pareceu tomar algum fôlego e abriu a porta.

Elisa estava sentada na cama, o olhar fixo para a televisão que fica em frente dela.

- Elisa! - Quase gritei e comecei a entrar no quarto, mas o rapaz estranho me barrou com um mão.

- Você não pode entrar.

- O quê?! Como assim, não posso? Essa é minha casa! É minha esposa!

- Eu sei, mas o quê está junto com ela não é.

- Junto com ela?

Ele olhou seriamente para nós.

- Acho que chegou a hora de algumas explicações.

- Agora?

- Sim. Vocês precisam saber.

- Precisamos saber o quê?

- Vocês foram amaldiçoados.

Precisei de um tempo para entender.

- Amaldiçoados? - Aquilo era inaceitável. - Que porcaria de explicação é essa?!

- Se acalme. Você não acha estranho tudo isso acontecer tudo agora?

Eu ia falar algo, mas emudeci.

- Vocês estão sob forte influência de algum ser muito poderoso. Na verdade, ele controla as coisas que estão vindo atacá-los.

- Como você sabe disso?! - Falei, ainda meio desacreditado.

- Porque eu sou um deles.

Nesse momento senti um frio percorrer minha espinha. Eu pensava que ele estava nos ajudando.

- Mas não se preocupe. - Ele continuou. - Não sou igual aos outros. Tenho meus motivos para.... Ajudar vocês.

Eu comecei a passar um pouco mal. Clara me ajudou a me manter de pé. Ele era um perigo para nós todo o tempo.

- Eu sei, devo melhores explicações. Porém agora, temos algo mais importante em mãos. - Ele falou, virando-se para Elisa.

Eu retomei minhas forças e fui em direção da minha esposa.

- Calma, você não pode entrar. Ela não deixa.

- Ela? Ela quem? - Perguntei.

- O espírito que a está perturbando. Eu já tentei falar com ela, eu juro, mas ela não quer de jeito nenhum ser um pouco mais coerente. - Ele olhava para o quarto, procurando algo. De repente, ele apontou para algum lugar aleatório e falou: -  Você vai ver só uma coisa!

Ele virou-se para nós e disse, em tom de aviso:

- Vocês entrem lá e sejam rápidos. Assim que conseguirem pegar a Elise, saiam do quarto. Não parem por nada.

Não queria que Clara entrasse, então rapidamente entrei no quarto e cheguei até minha esposa.

- Elisa?

Ela não respondia. Parecia estar em estado de transe. Dei um sinal para Clara e peguei Elisa no colo.Quando me virei, olhei atentamente para o quarto. Mas não via nada de mais.

Cheguei no corredor e deixei Elisa sentada no chão. Suspirei aliviado e pensei novamente que aquilo que aquele cara falava era bobagem. Eu tinha que chamar a polícia sem que ele suspeitasse. Foi quando eu olhei para a cama novamente.

O anel de casamento de Elisa tinha ficado em cima da cama. Eu precisava pegar aquilo. Então entrei no quarto de novo.

Sai correndo, por algum motivo, e cheguei na cama. Peguei a aliança e tinha começado a voltar quando vi Elisa na minha frente.

- Amor?

De repente a garganta dela começou a sangrar e a encharcar todo seu vestido. Sua boca começou a abrir de uma forma que não parecia humana.

Então ouvi algo.

- Hey, psiu! - Era aquele rapaz estranho, que me chamava da porta.

Olhei para ele apavorado e vi minha esposa no chão sob os cuidados de Clara, que olhava para mim com medo e preocupação.

O rapaz chamou minha atenção de novo e falou, em um tom triste e de desapontamento:

- Você não deveria ter entrado.

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