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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Sayaka - A Morte e o Envenenamento


Eu nunca deveria ter sido uma Candidata. Nunca. Se ao menos eu não fosse tão estúpida...

A vida já é perigosa para mim, sendo o que sou. E eu ainda quis complicar ainda mais indo atrás dos malditos objetos. Eu sou a pessoa mais estúpida do mundo, realmente.

A algum tempo, eu havia saído de um dos sanatórios, com a Gravebringer nas mãos. Guardei-a no bolso do meu moletom, puxei o capuz e fui andando para casa, que era em um apartamento perto da Avenida Paulista, São Paulo, SP. 

Assim que cheguei em casa, chamei minha mãe. Ela não respondeu. Estranho. Ela sempre ficava em casa nos fins de semana, esperando que eu voltasse da busca de mais um Objeto. Se está se perguntando, sim, é claro que minha sabia que eu era uma Candidata. Ela também já foi um dia. Ela é como eu. Eu nunca escondo nada dela, porque ela é a única pessoa que tenho no mundo.

Corri para a cozinha e soltei um berro.

Na parede, pintado com sangue, havia um símbolo, uma carinha sorridente. No chão, jazia o corpo inerte de uma mulher bela, loura, com olhos azuis sem vida, degolada.

O corpo de minha mãe.

Cori até ela e me agachei. Coloquei sua cabeça em meu colo, e recitei um cântico que ela me ensinara quando eu ainda era uma criança: o cântico para que Deus levasse esta alma da Terra em paz.

Hesitei, mas mergulhei o dedo anelar esquerdo em seu sangue e, em sua testa, desenhei um pentagrama de proteção e paz.

Levantei-me, chorando, e lavei minhas mãos na pia da cozinha. Para me acalmar, peguei um copo, fui até o bebedouro e tomei um gole de água.

Eu nunca deveria ter feito isso.

Assim que virei o copo, vi que a água que restara mudara de transparente para amarelo, e reconheci que era veneno. Engasguei. Gemi. Vomitei. Caí no chão sem forças, mas canalizando todo o meu poder para que o veneno não fosse para a corrente sanguínea. Mas foi em vão, o veneno foi direto para lá.

Mas, estranhamente, não morri. Vai ver é por causa do que sou, meu sangue me protegeu. Mas a dor não foi poupada. Continuei vomitando uma gosma verde, que eu imaginei ser o meu vômito normal misturado ao veneno.

Assim que terminei de botar as tripas para fora, me arrastei até meu quarto, e peguei minha bolsa de "trabalho". Lá, eu guardo todos os tipos de coisas que uma bruxa precisa para sobreviver.

Abri o zíper e vasculhei lá dentro. Tirei um vidrinho de cristal com um líquido azul e bebi. Antídoto para qualquer veneno. Com sorte, o efeito do meu envenenamento passaria em alguns dias. Tirei também de lá uma garrafa de cristal com 80 ml do meu sangue. Somente o meu sangue funcionaria naquele encantamento.

Abri a tampa da garrafa, mergulhei o indicador esquerdo no sangue e desenhei no chão um pentagrama de teletransporte. Coloquei minha mão direita no centro e uma luz começou a emitir do pentagrama. Girei para esquerda e levantei a mão alguns centímetros do chão. Senti que estava desparecendo do apartamento, indo em direção á única pessoa que poderia me ajudar nessa situação.

Mas eu sei porque me envenenaram. Sei quem me envenenou. E sei que essa pessoa foi a mesma que matou minha mãe. Sei o que quer. Sei quem quer. E sei como detê-la. Sei onde encontrá-la. 

Preciso avisar aos outros. Mas eu juro, terei minha vingança.

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