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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Relatos - Parte 12 - Perguntas


Acordei repentinamente.

Ainda estava tudo escuro. Tentei me mover, mas não consegui. Então, várias luzes ligaram, uma após a outra. Elas revelaram que eu estava preso numa maca. Uma moça apareceu dizendo:

- A cirurgia já irá começar. - E passou a mão em meu rosto carinhosamente.

- Ei, que cirurgia? Onde eu estou? Me tira daqui!

- O médico está a caminho. - Ela se virou e saiu pela porta do quarto, enquanto eu berrava por ajuda.

Quando vi que não ia adiantar, tentei me acalmar e comecei a forçar as barras que me prendiam.

De repente, alguém entrou no quarto, escondido pela penumbra que se formava. E veio na minha direção.

- Ei, se afaste agora! Socorro! Soc... - Sua mão tampou minha boca. Eu olhava apavorado para ele. Ele pôs sua cabeça perto, e pude ver sua face. Ele parecia atento à tudo, usava uma máscara estranha da cor preta em seu rosto e fazia um sinal de silêncio com as mãos. 

- Vamos, devemos ir! - Ele me disse. - Não grite ok? Estou aqui para ajudar você.

Ele soltou a minha boca. 

- Me ajudar? - Eu disse. - Onde é que eu estou? Quem é você?

- Agora não temos tempo para explicações. Eles estão vindo. - Eu estava quase solto.

Me soltei e começamos a ir para a porta.

- Eles? Eles quem?

O rapaz olhou para mim de um jeito medonho.

- Eles.  - E apontou para o final do corredor que nós estávamos.

Lá no fundo, dezenas de pessoas corriam na nossa direção. Eram assustadoras. Elas não tinham olhos, e vinham numa velocidade incrível, algumas até quebrando seus próprios ossos.

- Mas que merda é essa?

- Vem, temos que ir, rápido!

Ele pegou o meu braço e começamos a correr pelos corredores. Eles eram mal iluminados e pareciam uns labirintos. Aqueles monstros estavam chegando cada vez mais perto, soltando grunhidos como estivessem sendo sufocados pelo próprio sangue.

Mas o pior ainda estava por vir. Quando viramos a esquerda em um dos corredores, lá estava ele. Aquele ser enorme com os olhos vermelhos, me encarando novamente. Paralisamos na mesma hora.

- Vai. - O rapaz disse. - Corre até o fim do corredor.

- Mas... E você?!

- Eu te encontro lá, agora vai!!

Comecei a correr sem olhar para trás. Pude ouvir gritos animalescos, monstruosos e humanos. Depois disso apenas o silêncio permaneceu. Eu continuei correndo, apesar das minhas dúvidas em respeito daquele salvador, que já podia estar morto.

Então cheguei no final. Era uma beco sem saída. Não tinha para onde eu ir. Parei em frente à ele, ofegante. 

- E agora?

Olhei por toda a parede. Ela era branca e úmida. Então resolvi olhar para trás, e vi um vulto vindo na minha direção.

- Ah!

- Calma cara, sou eu. - Era o rapaz que tinha me salvado.

- Desculpa. Eu estou assustado.

- Tudo bem, agora vamos. - Ele estava segurando firme seu braço esquerdo, e pude ver que ele tinha uma ferida.

- Ei, você está bem? - Ele fez que sim com a cabeça. - Não parece com todo esse sangue. Não devíamos procurar um médico? 

Ele deu uma breve e cansada risada.

- Chega de médicos por um bom tempo.

Então ele tateou a parede. Uma pequena porta, escondida pela própria escuridão, abriu. Nos agachamos e entramos lá.

O lugar era tão mal iluminado como no hospital. Nas paredes tinham inúmeros símbolos e escritas desconhecidas para mim. Tinha uma pia, algumas garrafas vazias, alguns colchões. Enfim, não era um lugar muito limpo.

Ele se sentou em uma cadeira e começou a passar um pano com água no seu braço. Havia uma ferida enorme lá, e a cada vez que ele passava o pano, a ferida diminuía. Parecia estar doendo muito, pois ele se contorcia muito, apesar de não falar nada.

- Que lugar é esse? - Eu comecei a falar. - Onde estamos? Por que essa loucura? E quem é você?

Ele olhou para mim, se virou em sua cadeira, e me disse:

- Calma, irei te explicar tudo. Mas eu vou me apresentar primeiro. - Ele começou a tirar sua máscara. - Eu sou, ou era, detetive. Meu nome é... 

...Guilherme.

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