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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Relatos - Parte 09 - Uma Surpresa

Guilherme recém havia pegado no sono, e já começava a sonhar.

Sonhava que estava em sua casa. Havia uma sensação boa. Ele saiu dela, e se deparou com um lindo campo verde. Era dia, e o sol no céu dava uma sensação muito gostosa, aconchegante. Era um sonho bom.

Então, ele viu uma garotinha correndo. Ela vinha em sua direção, correndo saltitante pelo campo. Ele se ajoelhou e abriu os braços, numa posição acolhedora.

Que mal poderia haver naquela garotinha?

Porém, conforme ela vinha se aproximando, ele pode notar que alguma coisa estava à sombra da pequena garota. Alguma coisa que corria junto dela. Ou melhor... Atrás dela.

Ele olhou com atenção para a face da garota. Não, ela não sorria em momento algum. O que se via era uma expressão de pânico. E podia-se ler nos lábios chorosos dela:

"Ajude-me!"

Quando Guilherme se deu conta, ela estava se aproximando rapidamente dele. Ele desequilibrou-se e caiu no chão. Então ela chegou perto e pulou em cima dele, num gesto desesperador. A "sombra" pulou junto. Então a face da garota transfigurou-se de forma repentina enquanto ela caia no colo de Guilherme. Seus olhos afundaram no crânio, enquanto uma boca enorme abria-se, numa forma grotesca e assustadora. 

Quando ela ia tocá-lo, Guilherme acordou.

Estava suado. Havia tido o pior pesadelo em anos naquela noite. 

- Deve ser o estresse... - Julgou.

Levantou-se. Abriu a porta do quarto, que dava para a cozinha, e foi até a geladeira. Pegou uma garrafa com água e foi para o quarto. Mas parou na porta. Sentiu-se novamente espionado. Virou-se. Em cima da geladeira, ele pode observar dois olhos vermelhos, gigantes, o observando.

Ele ficou poucos segundos parado. Largou a garrafa no chão e correu até a cômoda do quarto. Pegou a arma da qual ele mantinha para sua segurança em casa. Voltou e mirou onde aquilo estava.

Mas qualquer coisa que houvesse, se é que haveria tido lá, já tinha sumido.

Ele ficou parado na mesma posição uns instantes. "Quanta loucura na mesma noite!", pensou. Suspirou, recolheu a garrafa do chão e limpou o estrago causado. Foi até sua cama, e tentou dormir. Não ia ser fácil.

Porém Guilherme pegou no sono após alguns minutos. Estava mesmo cansado. E ele sonhou de novo.

Agora era um sonho parecido com aquele que ele vinha tendo nos dias anteriores. Mas dessa vez ele podia notar algumas coisas. Começou como sempre, com ele num lugar escuro. Então ele percebeu que estava sentado, e não podia se mexer pois estava amarrado também. O lugar parecia com uma sala de interrogatório, e ele se via no espelho à sua frente. Porém, havia um vidro à sua direita também, e ele o reconheceu dos seus outros sonhos. 

Lá, parada através dele, estava a mesma mulher que ele já vinha sonhando. Agora era possível ver que ela usava um vestido vermelho longo. Mas ele não conseguia ver direito a sua face. Voltou-se novamente para frente, e viu pelo reflexo do espelho uma garota.

Não era a mesma garota do sonho anterior. Era outra. Ela usava metade de seu cabelo escorrido por cima de metade do olhos. E usava um vestido branco. Então ela começou a se aproximar pelas costas do Guilherme. Ele ficou um pouco inquieto. Então, ainda olhando pelo espelho, ele pode ver que ela levantou suas mãos, que tinham unhas enormes, e deu um sorriso.

Após vislumbrar o sangue escorrendo da boca da garota, ele se remexeu brutalmente da cadeira e conseguiu olhar para trás. 

Não havia ninguém atrás dele. Ele ficou confuso. Então ouviu risos. Quando virou seu rosto novamente para frente, duas garotas gêmeas estavam olhando-o. Eram iguais àquela que havia aparecido atrás dele. 

Ele começou a se mexer com força na cadeira para tentar se desamarrar. Elas se deram a mão e começaram a caminhar lentamente para ele, dando gargalhadas assustadoras. 

Quando elas estavam quase alcançando-o, Guilherme olhou ferozmente para elas.

Elas pararam de agir alegremente, e tomaram uma posição ofensiva, como quando gatos se sentem ameaçados.

Guilherme puxou com força um de seus braços, e conseguiu se desamarrar. Elas olharam para ele com raiva e começaram a fazer sons animalescos, o ameaçando.

Mas Guilherme não parou e nem se deixou intimidar. Com a ajuda do braço livre, se desfez dos outros nós, e ficou de frente à elas. 

Elas ainda estavam em uma postura ofensiva, tentando intimidá-lo.

Então, em um gesto rápido, ele pegou a cadeira e a quebrou em uma daquelas garotas. A outra se ajoelhou ao lado dela, e começou a chorar altamente. Guilherme ficou parado, apenas olhando.

Logo depois, o espelho à sua direita quebrou violentamente. Ele pode ver uma sombra gigantesca, com uma forma irregular, entrar na sala, e engolir as duas crianças. Depois aquilo preencheu quase todo o lugar. Ele tinha uma forma muito escura, impossível de saber o que poderia ser. Aparentava ser uma espécie de cobra gigante, mas com uma cabeça estranha. Apenas seus dois olhos enormes fitavam Guilherme, em uma mistura de sentimentos, das quais Guilherme apenas identificou um: interesse.

Então Guilherme sentiu uma dor de cabeça forte, e acordou.

Assim que acordou, ele sentou-se na cama e ficou pensativo. Afinal, o que tinha sido tudo aquilo?

Ele não poderia ignorar mais coisas estranhas como essa. Ele precisava de ajuda. Ou ele estava louco, ou coisas inexplicáveis estavam acontecendo com ele. 

Ainda envolto nesses pensamentos, ele levantou e fez a higiene pessoal além de tomar café da manhã. Saiu de casa, e resolveu ir a pé para o trabalho, para tentar por tudo em ordem. 

Em alguma travessia, em algum determinado local, alguém não viu o sinal fechar. Esse alguém atropelou Guilherme enquanto ele estava absorto em sua mente. 

Guilherme não havia morrido. Estava estirado no chão, enquanto pessoas ligavam para uma ambulância. Assim que ele pode ouvir o som das sirenes e no mesmo instante que ele estava sendo carregado com a maca para dentro da ambulância, ele abriu os olhos.

E viu, ao longe, uma garota o observando. Ele facilmente a identificou antes de desmaiar novamente.

 Aquela garota era a Emily.

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