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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CAÇADORA DO MEDO - Capítulo #2 - Sangue Derramado

[Tenha certeza de ter lido "Irmão Contra Irmão" antes de começar a ler]


...Eu suspirei e ataquei.

Brandi minha espada contra meu irmão. Ele me bloqueou. Ataquei de novo, Mas ele investiu e cortou meu rosto.

Meu sangue (por hora, vermelho) escorreu por meu rosto. Olhei para ele, incrédula. Will, tão protetor, tanto como pai quanto como irmão, me cortara desse jeito?

Ele parecia surpreso e aterrorizado. Olhava para a lâmina de sua espada, manchada de sangue. Do meu sangue.


— Hallie, eu não... — ele gaguejou. — Hallie, não fui eu, foi ele. Ele está...  
— como assim, foi ele? — perguntei.

— Hallie, ele está entrando na minha cabeça, mudando meus pensamentos, meus sentimentos...  
— Bobagem, não estou manipulando ninguém. Minha aura está somente fazendo com que vocês finalmente percebam quem realmente está ao seu lado — disse a criatura.

Eu me sentia cada vez mais impiedosa. Cada vez mais com vontade de matar o meu irmão. Ele é um bom irmão, mas lembrando bem, ele nem sempre foi assim. Quando crianças, ele mexia comigo. Fazia as coisas erradas e colocava a culpa em mim. Nossos pais me davam surras por coisas que ele havia feito. Me lembro também da vez que estávamos brincando num parque e "acidentalmente" ele me empurrou do balanço e eu levei sete pontos na cabeça.

Ele não era um bom irmão.

Levantei a espada e investi contra Will, passando a lâmina em seus joelhos. Ele caiu no chão.

— William Sanders, tão perfeito. — falei irônica. Ele se levantou. Investi, girando a Lâmina com tanta força que meu corpo todo girou, ele se abaixou. — o filho perfeito. Sempre passando por cima de mim. "Hallie, por que não fez a lição de casa como seu irmão?"; "Hallie, por que não tem um par para o baile como seu irmão?"; "Hallie, por que não é tão perfeita quando seu irmão?!"

A cada palavra eu desferia um golpe em Will. Minha espada estava totalmente vermelha agora. Will estava no chão, totalmente vulnerável, os olhos aterrorizados.

Peguei sua espada e a segurei em sua garganta. Com a outra mão, ergui minha espada acima da minha cabeça. Eu estava pronta para o golpe final.

"Hallie Sanders, o que diabos está fazendo?!" uma voz gritou em minha cabeça. "Ele é seu irmão. Você o ama. Se o matar, sabe que nunca vai se perdoar. Não vai conseguir viver sabendo que deixou seus sobrinhos, um dos quais tem o seu nome, órfãos. Não vai conseguir viver sabendo que matou seu irmão.".

A voz estava certa. O que eu estava prestes a fazer? Matar o meu irmão? Sério, matar o meu irmão?

Larguei as espadas. Virei-me para a figura.

— Não vou matar o meu irmão. Que eu fique louca, que eu morra, que se dane. Não vale a pena viver levando paz ao mundo sabendo que meu irmão está morto, e pior, morto pelas minhas mãos. — Seu desejo é uma ordem. — disse a criatura. — pode ir agora.

Virei e continuei andando. Então parei abruptamente. Arregalei meus olhos. Minha boca abriu, eu queria gritar, mas não saiu nenhum som. A dor me invadiu mais rápido do que qualquer raio atingiria um para-raio. Olhei para baixo, para minha barriga.

A ponta de uma espada ensanguentada saía de dentro de mim. Percebi logo que a espada estava atravessada. Minhas mãos trêmulas se dirigiam a espada. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, a espada atravessou de novo meu corpo, dessa vez não para entrar, dessa vez para sair.

Caí de joelhos. Naquele momento, eu sabia o que era a morte, eu poderia contar pra quem quisesse ouvir que a vida não passa diante de seus olhos quando você está prestes a sucumbir, quando você está prestes a morrer. Você não pensa nos erros que cometeu, não pensa na vida perfeita. Só pensa e só quer saber uma coisa: quem te matou.

Finalmente, eu sucumbi e caí no chão, quase sem vida. Senti o sangue escorrendo, poças de sangue se formando ao redor de mim. Olhei para cima, esperando ver a figura encapuzada com uma espada ensaguentada. Mas não foi isso que eu vi. Não era ele que estava com a espada.

— Will... — eu disse, fraca demais.  
Você mereceu, irmãzinha. — ele respondeu.

Eu fechei os olhos, sem poder dizer mais nada. Eu estava morta.  
Mas não completamente.


CONTINUA...

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