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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Relatos - Parte 02 - Pesadelos Vivos

Estou escrevendo a noite. Antes de me deitar e dormir. Sempre escreverei nesse horário. Para amanhã, saber ao que eu sobrevivi durante a noite... ou não.

É o meu segundo dia sabendo da verdade. Ontem, quando me deitei, senti mais frio que o de costume. E quando adormeci, sonhei.

Sonhei que eu estava num espaço vazio, sem nada. Eu não enxergava nada. Era um lugar quente e aconchegante. Eu parecia estar em paz. Então uma luz muito forte apareceu na minha frente. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, algo me tirou de lá. Quando finalmente abri os olhos, fiquei aterrorizado. 

Eu estava na boca de algum ser. Eu não sei descrever que ser era esse, de tão horrível que ele era. Ele sorriu para mim. Seus dentes estavam podres. Naquele momento, minha mente ficou confusa. Parte de mim queria voltar para onde eu estava, mas a outra sabia onde era, e sentia uma repulsa enorme. 

Então acordei subitamente. Eu estava gelado como um defunto. Liguei a luz. Algo estranho havia acontecido. Todas gavetas estavam abertas. A porta e até a janela também. Algo frio sussurrava algo lá fora. Eu fechei tudo. E não dormi mais.

Reli algumas partes das anotações durante o dia de hoje. Algo me diz que nunca terei bons sonhos novamente. Bem, boa sorte para mim. 

--/\/\/\/\--

Se está lendo isso, é porque sobrevivi. E você também está vivo. Por enquanto.

Não foi uma noite comum. Ah, com certeza não foi. Tive uma experiência assustadora. E, para minha surpresa, não foi em meus sonhos.

Eu adormeci quando meu cansaço superou meu medo. Dormi tranquilo algumas horas. Então acordei subitamente. Nesse momento, eu ouvi algo vindo da cozinha. Sai devagar da minha cama e me aproximei da porta. Eu conseguia ouvir um barulho metálico, como se alguém estivesse mexendo nas panelas e talheres.

Devagar e bem atento, me aproximei da cozinha. Estava tudo escuro e era impossível enxergar algo. O barulho era fraco e quase inaudível. Me aproximei da entrada, e acendi as luzes. Não havia nada. Nenhum tipo de anomalia. Estava tudo como eu havia deixado, perfeitamente igual. Dei um longo suspiro, desliguei as luzes e comecei a voltar para o quarto, aliviado.

Bem, eu comecei a voltar. No meio do caminho o barulho voltou. Dessa vez mais intenso. Virei-me lentamente, e vi algo perturbador. 

Dois olhos gigantescos e diabólicos me olhavam. 

Eram vermelhos-sangue. As janelas haviam sido abertas repentinamente, e a luz da lua mal iluminava o interior da cozinha. Mas era possível ver a silhueta daquele monstro horrendo que estava lá, na minha cozinha, e que, naquele exato momento, sorria para mim e caminhava na minha direção.

Ele era enorme, e como uma serpente, se esgueirava e contornava os móveis da cozinha. Vinha rapidamente à minha direção. Eu estava paralisado de medo. Aqueles olhos vermelhos e aquele sorriso afiado estavam prontos para me devorar. Dei um passo para trás. Era o máximo que eu conseguia fazer. Porém, foi o suficiente. Acabei batendo com força numa mesa que eu tenho no corredor, e a dor me fez despertar. Aquele ser estava quase me pegando, então corri para o quarto, tranquei ele e fiquei segurando a porta.

Achei que ele bateria com força. Mas senti apenas frio nos meu pés descalços, como se tivessem aberto algum tipo de geladeira. Uma sombra passou pela fresta da porta algumas vezes. Agora eu ouvia um rosnar raivoso e uma respiração abafada. Com certeza era algo gigantesco que estava lá. 

Então tudo ficou quieto de repente. Eu sabia o que ele queria. Que eu cedesse à minha curiosidade e olhasse lá fora. Já tinha visto isso nos filmes. Então esperei. Esperei uns 10 minutos. Foi aí que eu senti um vento gelado nas minhas costas e lembrei que a janela estava aberta. Fiquei novamente paralisado. A respiração pesada e abafada que eu ouvia agora atrás de mim, com certeza era aquilo. Ele se aproximou do meu ouvido, e disse num sussurro que pareceu um grito horrendo para mim:

"- Corra..."

Foi o que eu fiz. Abri a porta do quarto e corri, corri sem olhar para trás. Só voltei para casa quando o sol estava no céu, e com a polícia. Eu disse à eles que algumas pessoas invadiram minha casa e tentaram me fazer de refém. Dei detalhes absurdos. Mesmo assim, eles disseram que vão deixar alguém vigiando a casa nos próximos dias. Acho que acreditaram.

Mas já está escurecendo de novo. Acho que estou sofrendo o que está escrito naquelas anotações. Malditas anotações. Malditos Pergaminhos. 

Amanhã continuo escrevendo. Mesmo com o policial por aqui, não me sinto seguro. Pelo contrário. Algo me diz que esta noite será pior que a passada. Espero que isso não esteja acontecendo com você também. 

Se não estiver, torça para que nunca aconteça.

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