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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Homem Nas Trevas

Don't Breathe


A história começa seguindo três jovens delinquentes, que vivem de invadir e roubar pertences de valor em casas ricas e desabitadas. São eles: Rocky (Jane Levy, repetindo a parceria com o diretor) como a mocinha de passado traumático, que junta a grana dos roubos para levar sua irmã embora de um lar abusivo; Alex (Dylan Minnete), um bom rapaz, que participa dos golpes claramente para ajudar Rocky, por quem tem uma paixonite; e Money (Daniel Zovatto), o típico bad-boy.


Depois de mais um roubo bem sucedido, Money recebe a dica de que num bairro abandonado da cidade, existe uma casa habitada por um ex-veterano de guerra que ficou cego no Iraque. A possibilidade de haver uma grande quantia de dinheiro no local capaz de resolver os problemas financeiros de todos é o suficiente para fazer o trio cair em tentação. No caso, a tentação é ainda maior porque o pai de Alex trabalha em uma companhia de segurança, de onde o jovem aprende todos os macetes antes de executar cada roubo. Mas como é um filme, todos sabemos que esses planos relativamente simples sempre dão merda e o que seria “mais fácil do que roubar um cego”, logo se torna uma luta pela sobrevivência.


“O Homem nas Trevas” lembra em muitos momentos o recente “Hush – A Morte Ouve”, já que explora bastante a deficiência do protagonista. No filme citado, o que se explora é a audição e aqui a visão. O diferencial é que o grande protagonista é mesmo o Blind Man (Stephen Lang, ótimo no papel), um dos personagens mais controversos e vingativos do atual cinema de terror mainstream. Ele parece um Matt Murdock da terceira idade, mostrando que a combinação de idade e cegueira não o tornou nem um pouco indefeso. O personagem tem uma presença física incrível e suas poucas falas só ajudam dar mais crueldade à trama.

O tom do filme, uma vez dentro da casa do veterano cego, se torna extremamente claustrofóbico e os todos os atores se saem bem em demonstrar o terror e o desespero de seus personagens em uma casa que parece um labirinto sem saída. E como em todo labirinto, há sempre alguém que conhece o local muito bem e está sempre a um passo na frente deles.


A fotografia escura e suja, cria um clima de opressão incrível. A escuridão contribui com o clima de medo, de onde nunca sabemos o que esperar dela. Em diversas cenas, a tensão é tão grande que você se vê igual aos personagens na tela prendendo a respiração em meio ao silêncio de segundos que parecem intermináveis em um sádico jogo onde já não existem mocinhos e vilões tão claros.

O tom escolhido por Alvarez é bem propício, criando boas situações e arrancando até risadas nervosas da plateia na hora certa. Um dos problemas para o público, no entanto, podem ser as “viagens de câmera” dentro da casa, usadas a exaustão mesmo quando a gente já entende o motivo ou prevê o que vai ser exibido.


O filme embora seja bem bacana, derrapa um pouco em erros primários de seu roteiro (co-escrito pelo diretor Alvarez) apelando para situações clichês e piegas, além do gore atenuado. Ainda assim, dentro deste universo de horror cristão, há de se louvar a ousadia do filme com suas reviravoltas impactantes, incluindo ainda uma cena de grande perversidade e violência simbólica. Pode não ser o grande filme que a maioria vai adorar, mas certamente já se destacou entre os lançamentos do semestre.

Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Fede Alvarez e Rodo Sayagues
Elenco: Stephen Lang, Jane Levy e Dylan Minnette
País de origem: EUA
Ano: 2016

Resenha por: Toca o Terror

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