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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Celular #05




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Yan, deitado em sua grandiosa boia. deixou-se levar pelas pequenas ondulações da água, feitas pelas crianças que se atiravam incessantemente nas bordas da piscina. Finalmente ele estava de férias, e seu merecido descanso estava sendo aproveitado.

Na sua mão direita, um copo de uísque com gelo. Sua bermuda amarela contrastava com o azul-escuro da sua boia enquanto flutuava pelo azul-celeste da piscina. E tudo era maravilhoso. Seu óculos de sol recém comprado era a cereja do bolo.

Yan havia guardado dinheiro para essa viagem, apesar dele ganhar muito bem como gerente de banco. Solteiro, ele não precisava se preocupar com despesas alheias. 

Então, sim, realmente, as férias eram merecidas e estavam sendo muito bem aproveitadas.

Estavam.

Seu celular vibrou. Seu novo celular, por assim dizer. Ele havia comprado assim que chegou da sua viagem, de um estranho vendedor que ele encontrou nas ruas. O sujeito era feio e estranho, tinha um olhar insano e vestia trajes não muitos confiáveis, mas vendia produtos legais pela lei. Ou melhor dizendo, apenas celulares. O celular antigo de Yan havia pifado no aeroporto, e até não arrumar um decente, ele precisava de um meio de comunicação o quanto antes. Afinal, apesar das férias, Yan precisava estar pronto para qualquer "emergência".

Yan colocou o copo na borda da piscina o quanto antes, e atendeu o telefone que já estava fazendo coceira na sua perna. O celular havia sido mais barato do que ele imaginava, e agora ele entendia o motivo. Ele mal conseguia visualizar a tela dele, mesmo com seu óculos. Ele conseguiu atender mesmo assim.

- Alô? - Yan pensava que era um funcionário do banco.

A voz desesperada de uma mulher falou do outro lado.

- Quem é você?! Me tira daqui!

Yan não esperava isso e quase caiu da boia. Com a voz preocupada, ele perguntou:

- Calma, moça, não sei sobre o que você esta falando. Onde você está? Como você se chama?

- Me chamo Camila. Quem é você?! Por que fez isso comigo?!

- Calma Camila! Me chamo Yan, eu não sei sobre o que você está falando. Meu celular novo tocou e eu apenas atendi.

- Sério? Oh não! Onde eu estou? Está tudo tão escuro e eu estou presa em algum lugar, minha barriga dói muito... - Ela começou a chorar.

- Calma! Me diz, não tem nada por aí?

- Não.. Não dá para ver nada... É um lugar muito pequeno e... E-espera! Tem um papel aqui. Tem algo escrito. Só um minuto. - Alguns segundo se passaram. - Meu Deus! É um endereço! - O desespero novamente tomava conta da mulher. - É o endereço do cemitério da cidade! E aqui diz que estou em um dos túmulos. Eu tenho claustrofobia...

A voz de Camila começou a falhar. Ela estava começando a ter uma crise de pânico.

- Camila! Espera, eu vou até aí! Camila, por favor me ouça.

A voz pesada do outro lado parecia não estar ouvindo.

Yan gritou: - Camila!

De repente, a mulher saiu de um estado de choque para um desespero descomunal.

- Socorro, me tira daqui! - Aparentemente ele havia largado o celular, e berrava em meio a soluços e batidas abafadas. - Socorro!

- Camila! - E então a chamada caiu.

Yan não sabia o que fazer, e resolveu que iria até o cemitério para ver se encontrava algo. No caminho, ele ligou para polícia, explicou a situação, e pediu que alguém fosse até o cemitério pois ele estaria esperando para conversar com o policial.

Ele sabia que era perigoso, mas ele não podia deixar a mulher do jeito que estava. Ele não dormiria mais à noite se não tentasse algo.

Chegando no cemitério, Yan começou a procurar. Mas o cemitério daquela cidade era enorme, e apesar de ser a única pista, podia ser falsa. De repente, o celular de Yan vibrou novamente, e ele atendeu.

- Alô?

- Yan?

- Camila? Está tudo b... - Mas Yan nunca terminou essa frase. Uma batida na sua nuca o deixou inconsciente.

Mais tarde, quando Yan acordou, tudo estava escuro. Ele sentia uma dor enorme na parte direita da barriga e quando ele colocou a mão ele sentiu que estava costurado na região, além de uma pontada de dor absurda que o fez gritar.

Yan olhou ao redor, e estava tudo escuro e fechado, como Camila havia descrito. Em um de seus bolsos havia um celular com apenas um número pré-programado e um bilhete.

No bilhete estava escrito o endereço do cemitério.

Yan ligou para o número naquele celular. Um homem atendeu.

- Alõ?

- Quem está falando?! - Yan disse o mais calmo possível, mas não conseguiu esconder seus desespero.

- Aqui é o Evandro. Quem fala?

- Aqui é o Yan! Cara, foi você que fez isso comigo?

- Isso o que?

- Eu estou preso em algum maldito cubículo no cemitério! - Yan perdeu a calma, e gritou. O desespero começou a tomar forma e ele perdeu o controle. - Socorro! - Yan bateu algumas vezes na madeira que o cercava.

- Calma cara! Onde você tá?

Yan estava sem conseguir pensar direito. E se o ar acabasse, ele ia morrer sufocado, e isso o agonizava. Ele falou por fim, sem pensar direito:

- Acho que estou num dos túmulos aqui da cidade.

- Certo, vou com meus colegas de trabalho ali. Mantenha a calma. Somos apenas quatro, mas o cemitério não é tão grande aqui em Rua Nova.

Após segundos de hesitação, Yan falou:

- Espera! Você disse Rua Nova? Mas eu estou em Velha Passagem!

Mas o sinal já havia caído.


Revisado por: Rogers

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