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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Celular #16


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Um som de várias palmas começou a tocar.

- Alô, mãe? Vou chegar atrasado em casa, essa chuva tá muito forte.

Havia um garoto com um moletom vermelho de capuz falando no telefone ao seu lado. Pedro ficou olhando para ele sem interesse por alguns instantes, e depois olhou para o céu. Após um longo dia de serviço, o tempo começou a desabar do nada. E justamente na hora da saída. 

Já estava ficando escuro e ele mal conseguia ver onde não havia iluminação. Então ele parou no abrigo de uma loja já fechada, e nisso chegou esse garoto. A cidade naqueles lugares não era muito convidativa, e Pedro colocou as mãos nos bolsos num instinto de segurança de suas coisas.

Mas seus pesamento foram dissipados quando o garoto ao seu lado começou a entrar em pânico:

- Calma mãe, calma! 

Pedro olhou intrigado. O garoto, com o olhar confuso, olhou para ele.

- Me ajude, por favor. - Pediu o garoto, com os olho cheios de lágrimas.

Vacilante, Pedro pegou o telefone mesmo assim.

- Alô? - Perguntou, desconfiado.

Apenas um chiado na resposta. 

- Ninguém responde...

Ele olhou para o garoto. Ele continuava com a mesma expressão.

Então Pedro tentou novamente, e como não havia resposta, ele foi andando procurando sinal. Em determinado momento, quando se virou e conseguiu sinal, ele ouviu uma mulher falando, com a voz rouca e pesada:

- Fuja...

Pedro assustou-se e afastou o celular. 

- Garoto, eu não sei se  consegui falar com a sua... - Pedro virava-se para falar com o menino, mas ele havia sumido.

Pedro teve uma sensação péssima, além de um medo estranho ter tomado o corpo dele. A chuva estava piorando, mas ele não queria ficar ali nem mais um momento. Ele simplesmente largou o telefone no chão e começou a ir embora, sem olhar pra trás.

Ele estava achando tudo estranho. Ficou pensando aonde tinha ido o garoto, e o motivo da voz. Quanto mais pensava mais tenso ele ficava. A todo instante ele achava que veria o garoto novamente, rindo pra ele. 

Estava escuro e não havia ninguém nas ruas. Os trovões eram esporádicos e fortes, mas os relâmpagos era claro e iluminavam as paisagens. Pedro tinha a sensação que se ele olhasse para o lado errado no momento errado, ele veria o garoto, oferecendo o celular.

Quando se deu conta, Pedro estava correndo. Mas não queria parar. Parecia que ele estava jogado em um filme de terror.

Luzes piscando do céu nas ruas. Uma chuva torrencial caindo sobre seu corpo. Um som ensurdecedor vindo das nuvens e da própria tempestade. 

A mulher no telefone. O chiado. O menino de capuz. Que tinha olhos tão inocentes e tão... perturbadores.

Ele não aguentava mais. Nunca havia sentido tanto medo. Pedro estava apavorado. Ele só conseguia correr sem saber o lugar aonde estava indo. Pedro estava...

Uma luz apareceu na rua. Era a luz da porta da casa dele. Ele sempre deixava ela acesa, já que ele sempre voltava tarde.  

Um suspiro de alivio fez que a maioria dos sentimentos de medo o deixassem. Mas ele só se sentiria confortável em casa. Quando estava abrindo o portão, a chuva começou a parar. Ele deu uma pequena risada, e entrou no quintal da sua casa.

Quando chegou na porta da sua casa, ele sentiu um frio na espinha.

O celular estava na frente da soleira da porta da casa dele, logo embaixo da lâmpada.

Relutante, Pedro pegou o telefone.

Estava escrito o nome dele na tela, e estava chamando no silencioso.

Pedro atendeu.

- A-alô?

Apenas um chiado forte. Pedro tentou de novo.

 - Alô? - E dessa vez obteve uma resposta. Era quase como um suspiro, tão baixo que mal era capaz de se ouvir.

- Estou atrás de você.

Pedro sentiu seu sangue gelar. Olhou pra frente, na direção do vidro de sua casa. Viu, a poucos centímetros de distância, o garoto de capuz, de pé, atrás dele. Um sorriso lunático e aterrorizador na sua cara.

Por instinto, Pedro virou-se.

A luz se apagou.

Um som de várias palmas começou a tocar.


Revisado por: Rogers

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3 comentários:

  1. Muito bom! Adoro histórias com chuva, e essa ficou muito bem estruturada! :D

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    Respostas
    1. Valeu cara! Sempre é um prazer receber comentários dos leitores! Obrigado pelo comentário!

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