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domingo, 19 de outubro de 2014

Celular #44


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Tinha recém saído do banho quando ele tocou. Peguei ele nas mãos. Talvez fosse alguém importante.
Não era. Era um número aparentemente estranho. Só tocou uma vez e parou. Não dei bola. Continuei secando o cabelo.
Depois de uns dez minutos tocou rapidamente. Depois tocou de novo. Então fiquei esperando e atendi quando ele tocou mais uma vez.

- Alô?

-....

- Quem fala?

Comecei a ouvir uma respiração abafada. Era como se a pessoa do outro lado tivesse começado a correr.

- Quem é que tá falando?! - Fui mais grossa.

Desligaram o telefone.

Tomei coragem e liguei para o número. Ou dava ocupado ou não atendiam. Um mês depois, ligaram novamente. Era o mesmo número. Tocou diversas vezes naquela noite, mas como eu estava numa festa, apenas deixei ele no silencioso.

Quando cheguei em casa, e abri o histórico, havia quarenta e três ligações perdidas. E uma mensagem.

Ela dizia:

"Cadê você?"

Eu estava um pouco fora de mim por causa da bebida, então liguei novamente para o número.

Atenderam.

- Alô, quem tá falando?

Novamente apenas o som abafado de uma respiração rápida.

- Olha, eu não sei quem tá falando, mas é melhor parar com isso! Eu não devo satisfações a alguém que eu não conheço de onde eu estava. E, faça o favor de parar de me ligar!

Estava pronta para desligar, quando ele resolveu falar. Era uma voz grossa, rouca. Parecia um pouco velha.

- Adoro quando está com esse vestido.

E ele desligou.

Me apavorei. Tirei o vestido, enquanto ligava para a polícia. Quando eles chegaram, expliquei a situação, e eles disseram que se acontecesse de novo, era para retornar a ligação.

Assim que eles saíram, ouvi ele tocando novamente.

Atendi.

- Não gosto de policiais.

Desliguei rapidamente o telefone e corri em direção ao outro lado da rua, onde morava uma amiga. Pedi se podia dormir lá, e liguei para a polícia novamente. Na semana seguinte, resolvi me mudar repentinamente.

Agora, um ano se passou desse incidente. Eu vivo uma vida normal novamente, e falo raramente com o pessoal da minha antiga cidade. Troquei de número também. Duas vezes, para garantir. Tenho poucos contatos também. E mantenho ele quase sempre desligado.

Sempre quando penso sobre aquele incidente, eu sinto medo e calafrios.

Porém, hoje, quando eu pegava meu trem, um senhor passando esbarrou em mim. Ele parecia com pressa, e apenas se desculpou.

Era uma voz grossa e rouca.

Não sei se é o medo que está fazendo isso comigo.

Mas estou aqui olhando para meu aparelho. Não quero passar por aquilo novamente. Então vou sentar e esperar ele tocar.

Alguma hora ele vai tocar. Ele vai tocar....

14 comentários:

  1. Nossa!Meio que assustadora...mas enfim eu não tô recebendo ligação nem da operadora....

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    1. Eu podia ter feito melhor =\
      Haha. Calma Janaina, isso a gente resolve ;)
      KKKK ^^

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  2. Ótima! Gosto desse tipo de final... intrigante.

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  3. Gostei muito *-*
    Também gosto desse tipo de final,meio que quem lê imagina querendo ou não o final mesmo depois que acaba. ^^

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    1. Obrigado Lorraine!
      Haha, gostei muito do jeito que você colocou a sua frase ^^

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  4. mds amo tanto este tipo de história ;;;;;

    postem mais <3

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  5. Hmm, para quando uma história em que a vitima afinal é campeã de jiu-jitsu, karaté e kung-fu e dá uma surra descomunal no personagem aterrorizador? ;-)

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    1. Até seria interessante. Mas daí não seria terror, não é? ^^

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  6. Caralho, pensei q tinha algo haver com o celular da foto, pq o meu é um desses! pqp

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